POR MYLENA HONORATO - O DIA ONLINE
Rio - Márcio quer voar, Aninha quer se casar e Stalone quer ver o mar. Apesar dos sonhos diferentes, os três amigos têm dois pontos em comum: são portadores de Síndrome de Down e personagens principais do filme Colegas, de Marcelo Galvão (que também dirigiu Bellini e o Demônio, com Fábio Assunção). Ainda em fase de captação de recursos, o longa-metragem, coproduzido pelo apresentador Otávio Mesquita, com Lima Duarte também no elenco, começa a ser rodado em julho.
É um filme de inclusão social, que trata de um assunto importante. Tenho certeza de que vai dar o que falar, aposta Otávio Mesquita. O roteiro de Marcelo Galvão foi vencedor do Edital da Prefeitura de Paulínia (SP), cidade onde parte do projeto ser á filmado. Fui criado com um tio que tem Síndrome de Down e meu avô foi um dos fundadores da primeira Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) do Brasil, no Rio. Vamos abordar o tema de forma divertida, mostrando como a realidade deles é bonita, conta Galvão, que já ensaia com os atores há três anos.
Confira o comentário de Ariel
Na história, três jovens vivem em um instituto que cuida de portadores de Down até que, inspirados no clássico Thelma e Louise, fogem no carro de um jardineiro (Lima Duarte). Para sobreviver, praticam assaltos com um revólver de brinquedo (roubam chicletes, revistas masculinas e outros produtos) e passam a ser perseguidos por policiais, como se fossem assassinos perigosos.
Eles percorrem as praias do Sul do País e vão parar na Argentina, onde aprontam muito, adianta o diretor. Em meio as aventuras, surgirá uma linda história de amor. Teremos cenas do primeiro beijo e da primeira noite entre Aninha e Stalone, entrega. Qualquer semelhança com a vida real não é coincidência. Intérpretes da dupla, os atores Rita Pokk e Ariel Goldemberg, ambos de 30 anos, já são casados há sete.
O terceiro colega, Márcio, inspirado no tio de Galvão, é vivido pelo faixa-preta de judô Breno Viola, 29 anos. Márcio é pegador, como eu, diverte-se Breno, admitindo que o desejo de ser ator é antigo. Sempre quis fazer novela. E estou ansioso para filmar, comemora.
A ansiedade, aliás, é compartilhada por todos os envolvidos no projeto, que, assim como cada personagem, também têm um sonho. É mais que um filme. É uma realização pessoal. Se tudo der certo, nossa estreia será ano que vem, no Festival de Cannes, vislumbra Marcelo Galvão, emocionado, citando a competição de cinema da França.
|